quinta-feira, 16 de outubro de 2008
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Anotação
Dia ou outro sai para caminhar, andar sem rumo, seu olhar vagueia por um horizonte que quem a vê pode jurar "não está no corpo em que habita".
Seu coração não agüenta mais as injustiças do mundo, não sabe expressar.
Quando cansa de si tenta criar contato com outras pessoas, e riem, todos riem dela inclusive ela. Sempre que sai é para dar-se conta do ser-humano que é, e chegar sem pernas, braços e cabeça. Volta ao primeiro estágio. Outro dia lhe disseram que só o que importava era ter algo, se fez senhorita de negócios e foi aos trampos e barracos. (Lá fora: gargalhadas, olham-na de cima à baixo e exclamam: o que é isso?!). Já não acredita acredita em liberdade. Volta ao estágio inicial...
S.S.O
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
O meio (uma expressão sincera)

O meio, cá estou e não sei se quero estar em outro lugar, não quero estar em lugar algum, mas sempre me empurram para o meio, já fiz dele um lar.
É neste meio que me embreago, quando balango para lá e para cá, estou sempre causando catástrofes: São as paredes do meio.
Parece não haver mais nada neste lugar, ah, mas eu encontro!
Às vezes causo catástrofes como um bêbado que depois de uma forte ressaca esquece tudo. Mas a maior parte das vezes sou um palhaço que dá risada no palco e chora na coxia.
Estou no meio e não posso me atrever a sair daqui, o meio é o palco onde as pessoas me observam, e o palco é culpa, não há quem negue, a culpa é sempre minha.
Ataquem as pedras no artista!
quinta-feira, 24 de julho de 2008
O ESPELHO - BICHO-HOMEM
The Beast, 1901Oil on canvas94.5 x 63.5 cmSprengel Museum, Hanover, Germany - EDVARD MUNCH
Olho no espelho

Tenho a imagem em constante transfiguração
Caem de mim vestígios de algo que não tenho certeza,
pois há muito se escondeu.
Imagem nua, sem máscaras,
refletida ao espelho: Bicho-Homem
Ressurjo aos tempos de intuição,
e quão espanto meus olhos refletem.
Um ser tão desprezível quanto admirável
O olhar desesperançado e assutado
Os olhos desejam deixar o corpo
O corpo imóvel, em tal momento,
rejeita qualquer sensação ou estímulo
E tudo gira em torno do reflexo da imagem distorcida,
que imóvel, destroça cadeados de presentes que rejeito.
E tudo gira sem que eu possa parar
S.S.O 22/07/2008
segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
Bonequinha quebrada
Billy E. Barnes. Broken doll lying on the ground. 1966.
fonte: http://www.lib.unc.edu/dc/barnes/?CISOROOT=/barnes
Se viro a cabeça e olho para qualquer lado como posso saber estar olhando para o lado correto?
Oh meu Deus! Será que já está tudo direcionado?
Aonde aquela estrada me levar será mesmo mais real?
Não me importa ser comum para a maioria, eu quero andar de bicicleta no ar como em meus sonhos sem precisar de alimento além do qual alimenta minha alma. Por quê estou sempre me adaptando? Eu não quero mais... Quero mergulhar na minha insanidade que para mim é muito mais sana e natural para qualquer ser humano. Quero conhecer o outro lado... Quero usar todos os lados do meu cérebro... quero usar meu próprio cérebro...
-Nossa! que absurdo!(gritaram alguns moralistas, mas tudo que se ouviu foi um estrondoso e ensurdecedor silêncio)
-Ahhh! Que maravilha! Não posso mais ouví-los. Sei que falam, mas suas imagens se transfiguram a todo tempo em minha mente, receio com certa curiosidade conhecer-lhes o verdadeiro lado. Me pegaram! Isso... levem-me daqui.. me façam voar!
-Essa aqui pirou de vez, vai para onde deveria estar à muito tempo: O Manicômio!
E foi, levada por estranhos que não poderiam mais controlá-la, era um brinquedo antigo e defeituoso. Foi para o lugar onde todos os brinquedos quebrados vão. Seus pedaços não mais interessavam para nada, seus braços arranhados e seu corpo agora estranho não serviria em um brinquedo nos novos padrões de estética e qualidade. Sua voz aguda e sua fala persistente já não significavam nada.
Mas ela foi para o Manicômio sem saber para onde estava indo. Ela não via mais o mundo deles e também não vivia mais nele. Enfim ela se libertara; o Manicômio para ela simplesmente nunca existiu... Viveu e viveu eternamente em seu mundo real.
Oh meu Deus! Será que já está tudo direcionado?
Aonde aquela estrada me levar será mesmo mais real?
Não me importa ser comum para a maioria, eu quero andar de bicicleta no ar como em meus sonhos sem precisar de alimento além do qual alimenta minha alma. Por quê estou sempre me adaptando? Eu não quero mais... Quero mergulhar na minha insanidade que para mim é muito mais sana e natural para qualquer ser humano. Quero conhecer o outro lado... Quero usar todos os lados do meu cérebro... quero usar meu próprio cérebro...
-Nossa! que absurdo!(gritaram alguns moralistas, mas tudo que se ouviu foi um estrondoso e ensurdecedor silêncio)
-Ahhh! Que maravilha! Não posso mais ouví-los. Sei que falam, mas suas imagens se transfiguram a todo tempo em minha mente, receio com certa curiosidade conhecer-lhes o verdadeiro lado. Me pegaram! Isso... levem-me daqui.. me façam voar!
-Essa aqui pirou de vez, vai para onde deveria estar à muito tempo: O Manicômio!
E foi, levada por estranhos que não poderiam mais controlá-la, era um brinquedo antigo e defeituoso. Foi para o lugar onde todos os brinquedos quebrados vão. Seus pedaços não mais interessavam para nada, seus braços arranhados e seu corpo agora estranho não serviria em um brinquedo nos novos padrões de estética e qualidade. Sua voz aguda e sua fala persistente já não significavam nada.
Mas ela foi para o Manicômio sem saber para onde estava indo. Ela não via mais o mundo deles e também não vivia mais nele. Enfim ela se libertara; o Manicômio para ela simplesmente nunca existiu... Viveu e viveu eternamente em seu mundo real.
fonte da imagem: http://omekoijiro-paradise.cocolog-nifty.com/
S.S.O 31/12/2007
Assinar:
Postagens (Atom)