segunda-feira, 7 de maio de 2007

A Arte de não ser

Edvard Munch - O Grito - 1893
Ininterruptamente pessoas de todos os tipos caminham pelas ruas. Em todos os lugares estou sempre convicto de que irei encontrá-las. E eu sou mais um na multidão. Nesta multidão sem olhos, sem cor e sem feição. As pessoas não me falam de amor e nem ao menos me enxergam, mas algumas vezes sinto que elas me querem dizer algo. Então elas tentam se comunicar, mas os sons que emitem não dizem nada e nem a sua feição, já que não a têm.Procurei por anos entendê-las. Por anos andei em seu meio tentando gritar algo que elas pudessem ouvir. Porém, foi quando me olhei no espelho que percebi o que elas queriam me dizer. Elas simplesmente não queriam dizer nada, e muito menos serem entendidas. O que elas queriam era somente companhia para caminhar e gritar coisas sem sentido, coisas que dão sentido as coisas. Coisas que um sentido não é capaz de dar sentido. Elas conseguiram o que queriam e talvez eu também. Estou gritando agora, você pode me ouvir?

sasi (esqueci a data) S.S.O

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